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18 de Abril de 2024

Texto da reforma previdenciária está quase pronto; quais são as principais mudanças?

Publicado por Tuna Nakamura
há 7 anos

Texto da reforma previdenciria est quase pronto quais so as principais mudanas

A reforma da Previdência, que está em fase final de discussão para ser enviada ao Congresso Nacional, mexerá com temas espinhosos, porém, considerados de extrema importância para a sustentabilidade do sistema que mantém o pagamento de aposentadorias e pensões a segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As novas regras, que estão praticamente finalizadas pela equipe técnica comandada pelo secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano, foram discutidas entre segmentos trabalhistas e empresariais.

Entre as principais medidas, está a fixação da idade mínima para requerer a aposentadoria por tempo de contribuição em 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Esta regra também deverá ser estendida aos trabalhadores do setor público.

Como informou ao EXTRA uma fonte ligada às discussões, o governo aguarda a votação em primeiro turno, no Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 — a chamada PEC dos Gastos Públicos —, que prevê a fixação de um limite para as despesas da União. Somente depois disso, enviará o texto da reforma à Câmara dos Deputados, o que deverá acontecer na primeira quinzena de dezembro.

Segundo o economista e especialista em Previdência Paulo Tafner, as mudanças nas regras são urgentes e precisam ser aprovadas, para que o equilíbrio das contas do INSS possa ocorrer em, pelo menos, 20 anos:

— Há um déficit enorme nas contas da Previdência, e as mudanças precisam ser feitas. Caso contrário, o rombo previdenciário só aumentará.

Confira as principais mudanças

Idade mínima

No setor privado, atualmente, os trabalhadores se aposentam em torno de 50 anos de idade, após completarem o tempo de contribuição (35 anos, para homem, e 30, para mulher). O governo, porém, quer fixar uma idade mínima de 65 anos para ambos, chegando a 70 para as novas gerações. No funcionalismo, já há uma idade mínima (60 anos, para homem, e 55, para mulher), mas esse patamar também subirá para igualar os regimes.

Quem será afetado

Todos os trabalhadores ativos serão atingidos. Quem tem menos de 50 anos terá que obedecer às novas regras integralmente. Quem hoje tem 50 anos ou mais será enquadrado em normas um pouco mais suaves, mas ainda assim exigindo um tempo adicional para requerer o benefício. Os já aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefício até a data da promulgação da reforma não serão afetados.

Regras de transição

Haverá uma regra de transição para não prejudicar os trabalhadores que estão perto da aposentadoria. Quem estiver com 50 anos ou mais (homem) e 45 anos ou mais (mulher) poderá se aposentar pelas regras atuais, porém, pagando um pedágio de 50% sobre o tempo que faltava para a aposentadoria.

Regra adicional

A nova regra de transição em estudo prevê uma bonificação para cada ano a mais de contribuição que o segurado tiver além do tempo mínimo de 35 anos, para homem, e 30, para mulher, como previsto na legislação em vigor. Os detalhes estão sendo decididos. O foco são os casos como o de uma mulher com 40 anos e 23 de contribuição, que chegaria aos 65 anos com 48 de contribuição.

Homens e mulheres

Hoje, as mulheres podem se aposentar antes dos homens (com cinco anos a menos). O governo pretende unificar em 65 anos a idade mínima para os dois sexos. A nova regra afetará integralmente as mulheres com até 45 anos. Acima desta idade, valerá a regra de transição. Assim, a igualdade ocorrerá gradualmente, ao longo de 20 anos.

Novo cálculo

O governo pretende mexer na fórmula de cálculo das aposentadorias e pressionar o trabalhador a contribuir por mais tempo. Hoje, dificilmente, o segurado recebe um benefício integral. A ideia da reforma é aplicar um percentual de 50% sobre a média das contribuições, acrescida de 1% a cada ano adicional de contribuição. Por exemplo, caso um homem comece a trabalhar aos 23 anos terá que permanecer no mercado até os 65, já que esta será a idade mínima necessária para pedir o benefício. Assim, essa pessoa recolherá por 42 anos. Portanto, aos 50% da média de suas contribuições serão acrescidos 42% (1% a cada ano trabalhado), gerando um benefício equivalente a 92% da renda a que teria direito.

Aposentadoria especial

A ideia é acabar com aposentadorias especiais para professores, PMs, militares e bombeiros. Os docentes, que atualmente podem se aposentar cinco anos antes, terão de seguir as mesmas regras válidas para os demais trabalhadores. No caso de policiais militares e bombeiros, a competência é dos estados, mas há intenção de fixar uma idade mínima para a ida dos militares para a reserva (passaria de 30 anos para 35). A idade compulsória (limite para permanência na ativa) deverá acabar. Também está sendo avaliado o impacto fiscal da pensão das filhas de militares.

Unificação de sistemas

A meta inicial do governo de unificar todos os sistemas de Previdência (dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos) está na grande dificuldade dos estados de manterem seus regimes próprios. Pelos cálculos a União, o rombo dos dois sistemas, neste ano, passará de R$ 220 bilhões. A questão é que o Planalto inclui os militares nesta conta — com 16% desse déficit —, embora essa categoria vá ficar de fora do regime único.

Aposentadoria por idade

A reforma também mudará as aposentadorias por idade (que hoje também exigem um número mínimo de recolhimentos ao INSS, além de 60 anos, para mulher, e 65, para homem). A ideia é elevar o mínimo de contribuições, neste caso, dos atuais 15 anos para 20. A exigência para obter a aposentadoria por idade ainda poderá chegar a 25 anos de contribuição. Até lá, o governo estuda criar uma regra de transição, exigindo seis meses a mais de contribuição a cada ano, ao longo de dez anos (até chegar dos 20 aos 25 anos). Se a reforma for aprovada, a regra seria modificada no ano seguinte ao da promulgação. Supondo que a reforma seja aprovada no ano que vem, em 2018, passariam a ser necessário 20 anos e seis meses; em 2019, 21 anos; e assim por diante, até 2028 (25 anos).

Pensão por morte

A pensão por morte, que hoje é integral, deverá ser reduzida para 50%, mais 10% por dependente, para todos os segurados. Também será proibido o acúmulo de dois benefícios, como aposentadoria e pensão por morte. De acordo com dados da Previdência Social, entre 2005 e 2015, a quantidade de pensões pagas pelo INSS cresceu 27,5%. Hoje, uma mulher que fica viúva pode receber a pensão do marido morto com uma aposentadoria que seja fruto de seu trabalho. Mas o governo federal pretende acabar com esse acúmulo.

Aposentadoria por invalidez

A ideia do governo é elevar o tempo de contribuição para requerer o benefício, dos atuais 12 meses para até três anos, ou seja, 36 contribuições. Além disso, a reforma vai mexer com o valor deste tipo de aposentadoria, que hoje é integral e não leva em conta a idade nem o tempo de contribuição. Segundo a nova proposta, essa modalidade de benefício poderá ter um piso estabelecido, que deverá ser de 70%, em relação ao cálculo da média dos 80% maiores salários de todo o período de contribuição, acrescido de adicional de 1% para cada ano de recolhimento.

Benefícios assistenciais

Hoje, idosos ou deficientes de baixa renda têm direito a um benefício assistencial mesmo sem nunca terem contribuído, o que é considerado injusto com os demais que contribuem. A ideia é desvincular este benefício da política de reajuste do salário mínimo, que permite ganhos reais. Os benefícios passariam a ser reajustados apenas pela inflação.

Fim da paridade no serviço público

A regra atual assegura o mesmo reajuste para todos e na mesma data. A novidade afetaria todos que ingressaram no serviço público antes de 2003 e ainda não se aposentaram. Esses trabalhadores passariam a ter direito somente à reposição da inflação na época de reajuste do benefício. O mecanismo já vigora para quem entrou depois de 2003.

Fonte: Jornal Extra

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"[... Pensão por morte

A pensão por morte, que hoje é integral, deverá ser reduzida para 50%, mais 10% por dependente, para todos os segurados. Também será proibido o acúmulo de dois benefícios, como aposentadoria e pensão por morte. De acordo com dados da Previdência Social, entre 2005 e 2015, a quantidade de pensões pagas pelo INSS cresceu 27,5% ...]"

A pensão paga a uma viúva pela morte do marido, se for extinta, causará penúria e sofrimento à viúva (o).

Não parece justo se um casa de idosos recebem cada um um mísero salário mínimo, cada um, que somados "até dá para viver" , porém um salário mínimo é muito menos que o mínimo necessário para uma pessoa "BEM POBRE", viver; ou seja estão tomando por base a pensão de juízes, senadores, deputados, funcionários públicos de maiores salário, militares e por aí vai.

Esses, esses sim é que deveriam ter os mesmos "valores" pagos aos que "mendigam" com a aposentadoria, aposentadoria mais pensão do falecido (a).

É lamentável que as pessoas que tomam as decisões não pensem, e falem a verdade, omitindo e mentindo para o povo sobre o verdadeiro e real problema.

O novo Presidente em exercício que tomou o lugar da antiga "despresidenta", não é um homem de pulso firme para impor o que deveria ser imposto, imposto para o bem do "povão". Atura supostas negociatas com os "sempre reeleitos" políticos de plantão.

Toma-se como exemplo o "pobre nordestino" que chegou à presidência e hoje noticiá-se uma das maiores fortunas do Brasil. Será que "ele" está no mesmo "patamar" na pirâmide da miséria? Claro que não; isso é passado, passado para ele mas não para os outros milhões de brasileiros que trabalham para pagar impostos:

"Em um ano, o brasileiro trabalha 5 meses para pagar impostos. 1 mês só para pagar ICMS. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o brasileiro gasta uma média de 150 dias por ano trabalhando só para pagar impostos. Em 2013, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do trabalhador."

Qual é o retorno benéfico para a população em geral dando tanto de si para sustentar uma máquina governamental, corrupta, ineficiente, vergonhosa? A resposta é: Quase nada.

Qual o motivo de aceitar pacificamente todas essas "mentiras" jogadas em nossos ventiladores?

No link abaixo está relacionadoos dias trabalhados em outros países, e se buscarmos saber do retorno em benefícios para o povo ficaremos ainda mais decepcionados.

"http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/05/31/brasileiro-trabalhara-ate-amanha-so-para-pagar-impostos-em-2016-diz-estudo.htm" continuar lendo

Os alardes das contas e outras mazelas mais falar dos políticos corruptos que se aposentam com 2 mandatos ninguém bfala oubtem culhoes para tal ou um juiz que e pego e e aposentado compulsóriamente kkkkkkk.
HIPOCRISIAS. continuar lendo

Dizem que roubaram muito. Que o ex é um dos homens mais rico do país. Que o filho do ex é um, extremamente bem sucedido, dono de boiadas e frigoríficos. Que a ex-presid_anta era burra tal qual uma porta. E por ai vai, sejam o louvor, a honra, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos!

O Ex, apesar da aflição, deve estar rindo da situação daqueles que o expulsaram, bem com a sua pupila predileta. Estava ruim com eles, inegavelmente, mas não havia no horizonte essa cena dantesca de uma semi-escravidão. Semi porque aos senhores do engenho era obrigatória o trato com seus pertences para não adoecer nem se machucar. Agora o estalar do chicote foi substituído pelas ameaças de desemprego. O desapego da posse pela substituição pura e simples (terceirização). As nuvens que se apresentam indicam que o individuo não ira aposentar, mas sim trabalhar até a extinção do sopro de vida que carregar.

Sinto pelos meus filhos e netos as tempestades que estarão por vir. Sinto por eles pagarem por um crime que não participaram, nem indiretamente. Passeio nas ruas, panelas nas janelas, selfies para todos os lados com a baba empurrando o carrinho com os bebes. Inacreditável como uma população com um conhecimento até que razoável deixou-se levar por uma grobru formada por gananciosos. Agora todos nos iremos pagar a conta desse banquete homérico. continuar lendo

Haverá mudança quanto à aposentadoria por invalidez. Será pago 60% da média salarial ao aposentado, acrescentando 1% em cada ano de contribuição paga. Portanto, a aposentadoria por invalidez não será mais equivalente ao último salário do contribuinte. Prejudicará gravemente quem tornar-se inválido que tiver somente 20 ou 25 anos de contribuição. Segundo o projeto do Presidente Temer o aposentado por acidente de trabalho não será atingido por essa mudança. É lamentável que tal mudança a um direito duramente conquistado torne-se realidade, reduzindo o benefício previdenciário de forma contundente, em detrimento de quem se aposenta por invalidez acometido de doenças que envolvem total incapacitação para o trabalho, a exemplo do AVC, de doenças cardíacas, neurológicas, pulmonares, etc. O objetivo, na realidade, desta indigitada reforma é atingir brutalmente o trabalhador, a fim diminuir o rombo nas contas públicas, principalmente do INSS, cuja corrupção assolou o país nesses últimos 13 anos de um vergonhoso desgoverno. continuar lendo

Uma dúvida; Os políticos terão que contribuir quantos anos, e se aposentar com quantos? Receberiam o teto do INSS? Não podemos ter um peso e dua medidas, não dizem que somos todos iguais perante a lei? continuar lendo

Sr.Tuareg Nakamura Muniz; o sr. assim como diversos jornalistas que publicam matéria ref. à Prev.Social insistem, nessa ladainha de "déficit" .Ora, sabemos que não há déficit da Previdência, o que há são as benesses concedidas pelos governos passados.Vejamos; "aposentadoria rural (merecida sim) concedida aos trabalhadores do campo que NUNCA CONTRIBUIRAM, mas que ao invés de ser paga pelo tesouro nacional, foi jogado nas costas da Previdência Social. O maior défic it de um regime é dos Funcionários públicos e quem arca com ele, claro a Prev.Social.Sabia o sr. que o ex-pres. Lula (de triste memória p/os aposentados) concedeu na lei geral da copa de 2014, um prêmio de R$ 100 mil e aposentadoria PELO TETO a todos os jogadores (titulares e reservas) das copas de 1958,62 e 1970, e a conta foi para a Prev.Social pagar?Conhece o sr. sobre a DRU onde 30% da arrecadação do sistema Previdenciário é manipulado pelo presidente de plantão para aplicar onde quiser?Isso tudo sem contar as indenizaçôes a ex-guerrilheiros e ex-terroristas, que sob o pretexto de"p-erseguido" politico, recebem polpudas indenizações e aposentadorias vitálicias.Na averdade, se tivessemos governantes sérios, a Previdencvia Social estaria em situação confortável, pois que na verdade apresenta superavit sim, principalmente no setor Urbano. continuar lendo